Lapinhas, arte, cultura, religiosidade, uma tradição que vem sendo esquecida.

Lapinha tradição no Nordeste do Brasil.

Ao longo dos anos, velhos costumes e tradições vêm sendo esquecidas por uma sociedade que se desenvolve com tamanha velocidade que pode não ter o que mostrar do passado no futuro.

Estivemos na comunidade de Boa União, onde mora a senhora Maria Alves de Queiroz Filha, 73 anos, conhecida como Dona Morena que há 53 (cinqüenta e três anos) segue um ritual que apreendeu com sua mãe, tenta apesar da idade manter viva uma das tradições do período natalino construíndo a Lapinha onde é montado o Presépio.

Dona Morena nos contou que logo que se casou e foi morar na casa da família do marido, começou a montar a lapinha num dos cômodos da casa, de lá para cá contou com a ajuda da filha Telma quando jovem e atualmente do filho Elson.

Na Lapinha, o nascimento do “Menino Jesus” uma das cenas mais conhecidas dos cristãos católicos é recriada, nela os Reis Magos acompanhados de muitos outros visitam o menino.

A senhora Maria Alves, lamenta que a filha não tenha continuado com a tradição, mesmo tendo feito por alguns anos, mas atualmente, como na maioria das casas os enfeites de Natal não passam de piscas, árvores e imagens de Papai Noel.

“Antigamente era muito bom, nos saíamos de casa em casa com as amigas visitando as Lapinhas, saia daqui ia até o Socavão (onde morava a sua família), hoje quase ninguém mais faz” Lamentou Dona Morena.

No próximo dia 7 de Janeiro dia de Reis, a lapinha feita com muito trabalho, será desmontado, a maioria dos objetos serão guardados para o ano seguinte; “Se Deus quiser vamos arrumar no próximo ano outra vez e vai ficar ainda mais bonita” garantiu Elson Queiroz, filho que ajuda a manter a tradição.

Elson, Dona Morena e Telma.

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