O quadro Profissões do Jornal Impresso Edição 94, contou um pouco da história do Ferreiro José Alves, conhecido no Município como Zuzinha.
Foi trabalhando com o 'fole' que José Alves de Lima, de 75 anos, popularmente chamado de Zuzinha Ferreiro, sustentou sua família.
Zuzinha nasceu no povoado de Lagoa Redonda, onde até os 10 anos de idade morou numa casa simples com os pais e irmãos. Tempo depois foi morar na Fazenda Coalhada, sua vida mudou quando no ano de 1951 seu pai faleceu, desde então o menino, teve que aprender, mesmo pequeno, o valor do trabalho para ajudar a família.
Dedicado ao trabalho, anos depois José Alves pode vir morar mais próximo de Barrocas, dessa vez na Fazenda Açude. Enquanto crescia, Zuzinha (conta hoje) presenciou o futuro município ainda com 40 casas, em pleno desenvolvimento.
Jovem, casou-se com a Sr.ª Sebastiana Oliveira Lima, conhecida como Sesi, um matrimônio de mais de 50 anos, o casal teve três filhos homens e quatro mulheres, naquele tempo sustentava a família trabalhando no motor de sisal.
Além dos campos de sisal, Zuzinha trabalhou como lavrador, foi pedreiro, carpinteiro, marceneiro, motorista, até que se firmou como ferreiro, profissão que exerce até os dias atuais, apesar da idade.
Mas antes de se firmar como ferreiro, o profissional conta que passou dificuldades e teve que viajar no ano de 1977 para o trecho, como muitos barroquense que mesmo nos dias atuais necessitam partir, nos grandes centros aperfeiçoou suas habilidades como pedreiro e carpinteiro, funções que segundo ele, pode executar a qualquer momento, caso precise.
Profissional de 'mão cheia' ajudou por 4 anos o Sr. Dezito do Sindicato como marceneiro confeccionando guarda-roupas, penteadeiras, mesas de centro além de outros móveis.
Sobre seus filhos, orgulhoso respondeu; “Deus criou meus filhos, o homem não cria ninguém, quem cria é Deus, nós cuidamos, a palavra certa é cuidar”.
Já são 35 anos, profissão que aprendeu trabalhar observando; "não tive mestre, bastava olhar e aproveitava o tempo livre pra praticar sem ajuda de ninguém. Na época eu era servente, os ferreiros faziam as coisas e enquanto eu trabalhava, aí foi que tomei gosto e comecei", recordou.
Um acidente quando ainda era jovem, deixou o trabalhador com sequelas, mas ele não desistiu; "fraturei a coluna com 17 anos, mas nunca fechei as portas, passei oito anos antes de ser ferreiro praticamente parado sem conseguir trabalhar por conta da saúde, e hoje tenho certa dificuldade por isso" revelou.
Para seguir atuando Zuzinha precisa superar as dificuldades com a saúde; "Hoje o desafio comigo é com a saúde, se estivesse como queria era outra história", na região é um dos poucos ferreiros em atividade, numa profissão épica.
@ Nossa Voz - Por Victor Santos