Páginas

quinta-feira, 17 de março de 2011

Amanhã é sexta-feira: "Dia de boi".

Dico Vaqueiro, segue com um garrote encaretado.
          O tempo foi passando, o mundo sofreu uma série de mudanças, desde o clima aos costumes, desde o lazer ao trabalho. A tecnologia hoje em dia dita as regras, ela extinguiu algumas das mais tradicionais profissões, mas há aquelas que apesar de milenares continuam resistindo aos avanços tecnológicos, e além de importante para a sociedade ele se tornou ícone da nossa cultura.
Estamos falando da profissão do Vaqueiro, exercida por homens guerreiros, destemidos que saem de casa encourados para encarar desafios incalculáveis e para tanto contam com um parceiro, o cavalo, entre os dois é preciso haver uma sintonia, um precisa confiar no outra para que o trabalho seja bem feito.
          Do outro lado está o boi, o garrote ou a novilha, que na maioria das vezes apesar de não saberem que segue para o matadouro, decidem complicar o trabalho do homem vestido de couro, aí a coisa se complica. Na busca por completar a sua missão, em algumas ocasiões é preciso adentrar em campos de sisal, caatinga fechada, locais desconhecidos, em disparada vaqueiro e cavalo seguem em busca do animal fujão, ao encontrar para evitar que o danado volte a dar trabalho o vaqueiro nordestino usa a tradicional careta também feita de couro, que depois de colocada na cara do animal dificulta a sua visão e assim ele é obrigada a seguir devagar.
          A também os casos em que o vaqueiro precisa puxar o garrote com a ajuda do cavalo, pois às vezes ele resolve amuar. Trabalho redobrado para o cavalo, que já cansado das carreiras, ainda precisa carregar o vaqueiro e puxar o garrote, mas sempre ele cumpre com seu papel heroicamente.
          Em Barrocas toda criança do meu tempo já sabia que dia de sexta é dia de boi, foram muitas as carreiras que levamos ao ir para a roça às sextas-feiras, ao se aproximar da fazendo do finado Nelson Avelino, lá vinha uma boiada com destino ao Matadouro Municipal, saíamos numa carreira à procura de um lugar para se esconder. O trânsito de animais nas sextas feiras é bem maior, pois são abatidos para serem cortados nas bancas da carne na feira que acontece aos sábados.
          Os vaqueiros costumam levar uns cinco ou mais animais para o destino, só que destes apenas um dou dois será abatido, o restante segue junto para facilitar a ida dos escolhidos, logo depois os demais retornam par o pasto.
         Outro parceiro inseparável do vaqueiro é o cachorro, ou melhor, os cachorros às vezes o profissional tem dois ou mais. São os cachorros que ajudam a localizar os animais fujões.
          Durante as distâncias percorridas levando e trazendo o gado o vaqueiro costuma aboiar, tanto para informar que lá vem uma boiada como para acalmar os animais.
Ôoooa boi, ôoooa, vai pra lá boi vei...  
Vida longa os vaqueiros!
Por Rubenilson Nogueira

1 comentário:

  1. Poxa que boi pegueno ,manda Dica e pega outros boi grande esse ai esta de fazer pena,Parabéns para todos vaqueiros de Barrocas ,que não tem medo de entra na mata para pega os bois ,como falam Valeu Boi.

    ResponderEliminar