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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Vida e devaneios


Às vezes ao escutar canções que fazem a gente pensar, minha visão atravessa o telhado chega às estrelas, de lá dar para ver o mundo, minha vida, onde moro e as pessoas que me relaciono.Lembro de minhas imaginações infantis de como eu via o mundo e de como eu queria que ele fosse. De repente me vejo assustado, sozinho, realmente com medo, pois despenco de lá, caio em uma realidade severa e que não faz jus a minha lucidez. 
E vou percebendo que tudo é desconstrução, o que eu antes levantei e firmei como verdade ou forma de viver, o que o os outros me passaram e eu via como verdade vai mostrando as suas verdadeiras faces, e tudo isso é aterrorizante, consistem numa mega traição.
O mundo não é aquele que eu via nos filmes e desenhos animados, as mensagens passadas na televisão não eram as que eu realmente enxergava, tipo assim, subliminar. Acordo e me deparo com responsabilidades, muitas dessas impostas pelo sistema, esse que falha e joga seus erros em cima de pessoas como eu.
Competição, nunca se viveu tal palavra como nos dias de hoje, violências, modinhas, revoluções, tudo isso vejo como se estivesse na janela de um trem e elas na estação, o trem para elas entram e vem pra perto de mim e querem minha opinião, eu não quero opinar e daí! Torno-me inimigo, insensível, mau, mesmo me mostrando neutro.
Que sistema é esse? Não sei, e por isso vou escutar músicas nostálgicas que me levem outra vez para as estrelas, pelo menos lá eu tenho alegria, e não preciso olhar o telhado e ter que limpá-lo, fazer currículos, e ser questionado para poder ganhar mais obrigações em troca de dinheiro, que ainda é insuficiente e não me leva até Hollywood para ver o que sobrou dos cenários de filmes.
É isso que o ambiente estrelar propicia, à gente analisar a vida, infelizmente os ponteiros do relógio já se esconderam e quando o Sol nascer terei que fazer a barba e não a tarefa de casa, terei que assistir jornal e não desenho e seguindo entre outras substituições as lembranças vão ficando no escanteio,  nos meus devaneios. 

Antonio Zacarias Batista de Oliveira 

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