Cerca de 80 professores de rede municipal de ensino estiveram presentes num encontro com o Prefeito Municipal José Almir, secretária de Educação Ana Clécia , José Carlos do setor de contabilidade da Prefeitura e dirigentes da APLB Sindicato, entre estes o Presidente José Francisco.
A reunião foi marcada em caráter de urgência, pois o Prefeito Municipal teria revogado uma lei, publicada anteriormente que pelo que entendemos permitia o desdobramento, e assim os professores exerceria suas funções com 40 horas, recebendo 75% sobre os vencimentos.
O encontro ocorreu no salão paroquial da Igreja Católica, na manhã desta quarta-feira (30).
A revogação se deu segundo a equipe do Prefeito, pois na data que a mesma foi publicada já não teria amparo legal, podendo até ocasionar numa cassação de mandato do Prefeito.
Enquanto a edital foi publicado permitindo os desdobramentos, candidatos classificados no último concurso público questionam a legalidade do regime suplementar e argumentam que se há necessidade de desdobrar, porque não os convocar, alguns buscam na justiça a convocação, mas a APLB fez um levantamento e verificou que há uma redução no número de alunos em sala de aulas, situação que inviabilizaria as convocações como nos disse o Presidente José Francisco.
O presidente da APLB exemplificou a situação, principalmente em referência ao concurso; Segundo Francisco, o município fez o concurso em 2011, onde se estipulou o quadro de 4 professores para o primário, 5 reservas; “É preciso deixar bem claro que classificação não é aprovação, e tem alguns pleiteando a vaga de quem tá em regime suplementar, ou melhor, quem estava, pois segundo portaria todos foram exonerados. Diante da situação, e comentários de que a APLB estava contra esse pessoal, nós tomamos a iniciativa de fazer um levantamento nas escolas e ver as reais condições de funcionamento dessas escolas. Por exemplo tem uma escola aqui na zona rural que tem 8 alunos, com uma professora, onde essa professora tem que receber pelo FUNDEB, tem que ter uma merendeira consequentemente; se não tiver uma merendeira essa professora tem que fazer o papel de servente, merendeira e vigilante, pois ela tem que abrir a escola”.
Com o estudo feito, chegou-se a conclusão de que são poucas as escolas dentro do padrão do MEC, apenas há Escola de Minação com 25 alunos, as demais mesmo recebendo alunos de outras localidades não chegam ao padrão, como exemplo a de Lagoa da Cruz. O presidente nos disse que Dividindo o número de aluno por professor chegou-se a 15,4 alunos por professor, então essa vaga real não existe. “Pelo que analisamos até o pessoal que tá na ativa hoje corre o risco de perder o emprego no futuro”. Lembrou.
Segundo Francisco, a taxa de natalidade do município e o número de alunos caíram e só no ano passado a cidade perdeu 500 alunos; “Sem contar que Barrocas perde alunos para outras cidades como Teofilândia, Serrinha e Conceição do Coité, desde a emancipação da cidade o número de alunos já caiu em cerca de 2.000 (dois mil)” argumentou.
“Não estamos falando em desistência, então o decréscimo é grande. Infelizmente há incompreensão das pessoas, mas a real situação é esse, eu entendo que todo mundo tem o direito de querer seu emprego, mas é preciso ter conhecimento e entender a situação.
Para o Professor, sindicalista, as perdas para outras cidades não estariam ligadas a falta de estrutura das escolas nem relacionadas a formação dos professores, pois segundo ele tanto o ex-prefeito como o atual tem investido nas escolas e os profissionais de educação estão sempre se aperfeiçoando.
O Prefeito em sua fala disse que não queria prejudicar o professores e garantiu que não haveria prejuízos para a classe pois o setor responsável já estaria buscando uma solução para que todos possam receber não como desdobramentos mas como horas extras, respaldados pela lei. Vários questionamentos foram feitos e o gestor e sua equipe se desdobrou para argumentar o que foi chamado de falha, mas ficou garantido que nenhuma das partes seria penalizada.
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Professora Jirlene e
Profesor Robson |
Em conversa com nossa equipe a professora Jirlene, lembrou que muitos professores já estão desdobrando há anos, ela frisou que alguns estão substituindo outros docentes que estão de licença. A professora disse que ela mesmo já está nesse regime há 4 anos, por isso entrou na justiça para ser enquadrada. A educadora destacou a boa relação que os professores tem tido com a atual administração “ele (prefeito) tem sempre nos atendido com atenção, sempre buscando o diálogo, nessa gestão tivemos uma série de benefícios como licença prêmio, licença maternidade, por isso acredito que não vai ser agora que o prefeito vai nos prejudicar” concluiu.
O Professor Robson, um dos mais críticos e participativo no encontro, levantando uma série de questões que poderia ocasionar em perdas para os mestres, conversou com nossa equipe e se disse satisfeito com o resultado do encontro; “ pelo menos nesse primeiro momento parece que as questões foram resolvidas, vamos aguardar o novo encontro com a comissão que foi formada”.
O Prefeito destacou a importância do professor e disse que tem se empenhado para manter a categoria motivada; “Foi um encontro importante, eu tenho procurado dar o apoio necessário ao professor, valorizando o seu trabalho, diante das dúvidas, acredito que foram esclarecidas, caso contrário eu estou aberto ao diálogo, claro que toda demanda tem que está dentro da legalidade, dentro da lei. Nós sabemos da importância da categoria, e eu penso da seguinte maneira “O professor é o segundo pai para os nossos filhos, a família tem importante papel em casa e o professor importante papel na sala de aula”.
O encontro se encerrou às 11:40, ficou acertado que um comissão formado pelos educadores terá uma novo encontro com o Prefeito e equipe para que se busque por em pratica o que foi discutido no encontro.
@ Nossa Voz – Rubenilson Nogueira