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quarta-feira, 22 de maio de 2013

100 anos de história pra contar e muitos exemplo pra nos dá.

Maria Pereira de Jesus, ativa na arte de "Cuze" chapéu.
Nascida na comunidade do Rosário, em 1913, Dona Maria Pereira de Jesus, completou no dia 5 de maio, segundo os filhos, 100 anos de idade, a comemoração aconteceu no sábado dia (17) e contou com filhos, netos, bisnetos e tataranetos, sem falar dos demais parentes e amigos. 

Dona Maria, é filha do senhor Antonio Candido Pereira, Antuin, um dos primeiros moradores da fazenda que deu origem ao pequeno vilarejo, hoje o destacado povoado do Rosário, nome que segundo a centenária, é uma homenagem a Santa Padroeira da localidade, Nossa Senhora do Rosário. 

Apesar da idade, Dona Maria de Antuin, ainda freqüenta a Igreja, vai até nos dias de novena às 5 da manhã e todas as quintas-feiras à noite, o percurso da sua casa até a igreja é feito a pé. Conhecedora da história da região, e com uma memória incrível, na conversa, lembrou-se de que havia no Rosário apenas duas casas, uma delas de um senhor conhecido por Zuza e a outra do seu pai, lembrou ainda que o Alto Alegre povoado próximo ao Rosário, nasceu onde foram construídas as atuais casas populares, ali segundo ela, morava uma viúva chamada de Maria de João Ricardo. 

Dona Maria com seu irmão.
Exemplo de disposição, a nossa entrevistada especial, nos contou que todos os dias acorda às 4 da manhã e ainda ajuda nos serviços do lar, mas não é só, Dona Maria segue com um trabalho manual artesanal que aprendeu com sua mãe. Ela ainda confecciona chapéus de palha, detalhe; a matéria prime é conseguida numa propriedade que fica há 1 km e meio de distância da sua casa; “vou sozinha, passo pela cerca de arame pego as palhas e volto para casa pra colocar pra secar” disse. 

Sobrinho de Dona Maria, Toinho do Rosário já havia nos adiantado da sua habilidade em colocar a linha na agulha para realizar o trabalho, mas resolvi testá-la e ouvir delas a resposta; A senhora pede para suas netas colocar a linha na agulha não é? Logo a senhora de cabelos brancos me respondeu com firmeza; “não é eu mesma que coloco”, retruquei; há, mas a senhora coloca o óculos? “Eu não uso óculos meu filho”. 

Por sinal a saúde é algo que Dona Maria tem de sobra, ele não usa nenhum remédio, e segundo os familiares dificilmente adoece, nem mesmo a gripe. Forte e ativa Maria ainda dar reclamação em netos e filhos, basta alguém chegar promovendo a bagunça, e pior se tiver bebendo umas pinga; “ela reclama e manda ira pra casa deles” disse uma neta. 

Os chapéus confeccionados são vendidos por encomenda, o cliente vai a sua casa ela retira a medida e em uma semana entrega o produto que custa R$5,00. Um vizinho confirmou que os chapéus são de qualidade; “duram muito, são resistentes e bons mesmo, são os melhoras da região, por isso vem gente até da rua (Barrocas) comprar na mão dela” garantiu. 

Perguntei à senhora se ela sabia de alguém que tinha idade igual a sua, ela disse que sim, “Juvelina do Velho Domingo, nós nascemos na mesma noite, viemos ao mundo pelas mãos da mesma parteira” disse. Um dos filhos de Dona Maria nos disse que no registro ela tem 4 anos a menos, mas ele garante que alguns papeis que estariam com ele em Alagoinhas comprovam os 100 anos da mãe. Filhos da Dona Maria; José Pereira, Maria Piquena, Edmundo Ferreira e José Faustino. 

Dona Maria entre dois dos seus filhos
A comemoração do aniversário centenário aconteceu no último sábado na Escola da Comunidade de Rosário, e contou com muita gente, além dos seus 5 filhos, 26 netos, bisnetos e tataranetos. 

Com 96 ou 100, Maria Pereira de Jesus tem muita história pra contar e exemplos pra nos dá. 

Ao Centro Dona Maria ladeada por familiares e amigos
@ Nossa Voz – Por Rubenilson Nogueira

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