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terça-feira, 11 de junho de 2013

O Jegue já não é mais utilizado como meio de transporte, nem mesmo em dia de feiras, mas há quem mantenha velhos costumes.


Segundo o comerciante Gelson da Farinha, que é dono de um mercado, só um dos seus clientes segue na tradição de vir à cidade montado num lombo do jumento, costume bastante comum no passado, tempo em que as famílias vinham à cidade nos dias de feira montados ou em carroças tracionados pelos animais.

O animal que é citado na bíblia mais de 120 vezes hoje é referência no nordeste, serviu por muitos anos como importante meio de transporte na região semi-árida do país, em Barrocas não foi diferente, como cita no livro “Barrocas, uma filha da estrada de ferro” os “jegues” serviam para transportar cargas como: sacos de milho, feijão, mandioca, mamona, capoeira de galinhas e etc.

Além de transportar cargas de um lugar para outro, o animal servia para levar pessoas montadas ou puxando as carroças. Com o avanço da tecnologia e expansão do comércio o jegue foi perdendo espaço para meio de transportes mais rápidos e fortes, exemplo de caminhões e carros e atualmente as motos. 


A tradição de ir para lugares montada no jegue foi contada pelo Sr. Ananias Nepomuceno, conhecido como Musin, 75 anos, morador do Tanque das Pombas zona rural de Barrocas, o mesmo conta que desde os 10 anos de idade ao ver seus pais e familiares montar tomou o gosto e a mais de 65 anos tem o jegue como seu meio de transporte e não cogita mudar para outro animal ou trocar por um veículo mais rápido. 

Sr. Musin conta que já amansou mulas, jegues e cavalos e é experiente na montaria, nesses 65 anos nunca sofreu nenhum acidente com os animais. Atualmente esse animal vem sendo esquecido pelo homem, pouco se ver pessoas da zona rural se locomover ou utilizar qualquer tipo de animal para se ir de um lugar para outro, gerando a desvalorização da espécie que sofre com o abandono nas estradas, longas horas de jornada trabalhando, largados por doenças pelo fato do baixo custo no mercado esquecendo-se da sua contribuição para a economia da região.

Poucas pessoas a exemplo do Sr. Musin que não abandona seu fiel amigo, o jegue na ocasião, que apesar de andar mais de 1h de sua roça para o centro recebe atenção e cuidados.
Jornal @ Nossa Voz - Por Victor Santos

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