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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Médicos confirmam, mortes de operário em Presidente Prudente, foi causada por meningite bacteriana.

Cerca de 100 operários barroquenses trabalham na obra, que divido as mortes está paralisada. A Rodovia Raposo Tavares teve trânsito interrompido, na quarta feira dia 11 em protesto a falta de respostas sobre as causas das mortes.

O operário Clécio Lima, nos disse que os trabalhadores que tiveram mais próximos dos rapazes que morreram estão sendo medicados e passando por tratamento; "A situação melhorou muito e todos estão empenhados em resolver o problema, estamos nos precavendo e tomando cuidado com os lugares, mas ainda tem um clima de medo" disse o barroquense.


Resultado de exame no líquor do paciente levou à conclusão do diagnóstico, segundo anúncio feito nesta quinta-feira (12), em Presidente Prudente

O Hospital Regional de Presidente Prudente anunciou na tarde da quinta-feira (12) que uma meningite meningocócica, causada pela bactéria Neisseria meningitidis, é o motivador de uma das mortes dos trabalhadores da empresa OAS, que tem uma unidade em Regente Feijó. O diagnóstico para o outro caso de operário da empreiteira morto ainda não foi fechado. Isso porque o hospital ainda aguarda resultados de exames para identificar o que matou o paciente.

O diagnóstico confirmado foi do trabalhador de 24 anos, internado no dia 30 de novembro e que morreu na última segunda-feira (9). Ele e o funcionário de 25 anos, que morreu nessa terça-feira (10), prestavam serviços para a Concessionária Auto Raposo Tavares (Cart).

Até a quarta-feira (11), o Hospital Regional e a OAS haviam descartado a possibilidade de meningite. Já o anúncio do diagnóstico final foi feito no HR pelo médico infectologista Alexandre Portelinha Filho e pela coordenadora da Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM) de Prudente, Vânia Maria Alves Silva, em coletiva à imprensa no período da tarde.

“A meningite foi descartada anteriormente porque a apresentação da doença foi atípica. Os exames de sangue e no líquor não apresentaram os sintomas comuns à doença, não eram sugestivos. Por isso, foi considerado que seria pouco provável ser meningite”, esclareceu Portelinha.



O infectologista explicou que a doença é transmitida por relação interpessoal, ou seja, de pessoa para pessoa, por meio de “saliva ou gotículas de nasofaringe”. “Depende da proximidade do paciente com outras pessoas”, relatou.

Os demais pacientes que estavam internados no HR e os que passaram por atendimento no pronto-socorro não têm relação com a doença. “Como foi dito ontem, eles não possuem quadro clínico compatível com o paciente que foi a óbito. São entidades diferentes”, ressaltou.

Vânia explicou que a Vigilância Epidemiológica de Regente Feijó já iniciou a quimioprofilaxia, ou seja, tratamento com remédios durante dois dias, com pessoas que tiveram contato mais próximo com o trabalhador doente.

“O trabalho teve início no alojamento, com cerca de 60 pessoas. Na realidade a gente não sabe de quem essa pessoa pegou a meningite. Então, essa quimioprofilaxia vai erradicar a bactéria no portador para evitar que uma pessoa saudável transmita a outra pessoa”, afirmou a coordenadora da VEM de Prudente.

Portelinha enfatizou que uma pessoa pode ser portadora da doença, sem desenvolver os sintomas. “O que se torna um problema, mas a quimioprofilaxia vem para fazer um cerco nas pessoas íntimas”.

Ainda de acordo com o médico, a meningite meningocócica é a “mais temida por ter uma evolução muito rápida”. A confirmação de uma doença que havia sido descartada anteriormente foi uma surpresa para o hospital. “Essa manifestação atípica da doença pode ter duas explicações. Ou é o tipo de bactéria, ou uma questão da própria pessoa”, destacou o infectologista.

O HR agora aguarda os resultados do outro trabalhador. “Se for vírus o resultado pode demorar de uma a duas semanas, mas se for bactéria será mais rápido”, finalizou Portelinha.

Também na manhã desta quinta-feira (12), autoridades de saúde e representantes da empreiteira OAS haviam se reunido a portas fechadas na Secretaria Municipal de Saúde de Presidente Prudente para tratar do assunto. Entre os participantes do encontro, estava o diretor do Departamento Regional de Saúde (DRS), Paulo Roberto Mázaro.

Outro lado

Por meio de nota oficial, a OAS esclareceu que, desde que tomou ciência dos fatos, “reuniu todos os esforços dando suporte necessário aos colaboradores atingidos, colocando médicos à disposição e dialogando com todas as equipes de trabalho para informá-los corretamente e acalmá-los sobre o assunto”.

“Deve-se esclarecer também que trata-se de uma bactéria que se propaga por meio de transmissão interpessoal e pode se dar por meio de gotículas de saliva, em casos de interação contínua, não havendo relação direta com o trabalho”, reiterou a empreiteira.

A empresa alegou que “lamenta profundamente a morte de dois dos seus colaboradores internados recentemente” e aproveitou para informar que “os outros oito colaboradores que também deram entrada no hospital já obtiveram alta”.

Fonte: ifronteira.com - Por Gelson Netto e Heloise Hamada

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